aos cantos, que ele costumava mordicar com os dentes.
— Ainda ele o pergunta! exclamou a Sra. D. Josefa Dias. O senhor, que nem lhe tira o chapéu!
— Eu?
— Disse-mo ele, afirmou ela com uma voz cortante. E acrescentou:
Ai, senhor pároco, bem pode chamar o Sr. João Eduardo para o bom caminho. — E teve um risinho maligno.
— Mas eu parece-me que não ando no mau caminho, disse ele rindo, com as mãos nos bolsos. E a cada momento os seus olhos se voltavam para Amélia.
— É uma graça! exclamou a Sra. D. Joaquina Gansoso. Olhe, com o que o senhor disse hoje lá em casa, de tarde, da Santa da Arregassa, não há-de ganhar o Céu!
— Ora essa! gritou a irmã do cônego, voltando-se bruscamente para João Eduardo. Então o que tem o senhor a dizer da Santa? Acha talvez que é uma impostora?
— Credo, Jesus! disse a Sra. D. Maria da Assunção, apertando as mãos e fitando João Eduardo, com um terror piedoso. Pois ele havia de dizer isso? Cruzes!
— Não, o Sr. João Eduardo, afirmou gravemente o cônego, que espertara, desdobrando o seu lenço vermelho — não era capaz de dizer uma dessas.
Amaro perguntou então:
— Quem é a Santa da Arregassa?
— Credo! Pois não tem ouvido falar, senhor pároco? exclamou numa admiração a Sra. D. Maria da Assunção.