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Paul Gallico


– “Mas, senhor!”, Pepino suplicou, – “Ninguém precisa saber. Nós iríamos até lá, e retornaríamos rapidamente.”


A consciência do supervisor agitou-se. Havia algo de tocante no garoto – sua cabeça pontiaguda, seus olhos esbugalhados, a cabeça enorme. Além do mais, o que aconteceria se ele permitisse isto e ainda assim a mula viesse a falecer, conforme o parecer do Doutor Bartoli de que não havia muita esperança? Certamente boatos iriam se espalhar e o templo sofreria com isto. Ele também imaginava o que o bispo estaria pensando, e como ele resolveria este impasse.

Ele questionou: – “Além disso, mesmo que permitíssemos, você nunca conseguiria conduzir a mula pela escadaria estreita. Então, como pode ver, é praticamente impossível.”


– “Mas há outra entrada”, disse Pepino, – “Pela antiga igreja. Não é utilizada há muito tempo, mas poderia ser aberta somente desta vez, não poderia?”


O supervisor estava indignado. – “O que você está dizendo – destruir propriedade da igreja? A entrada foi selada há mais de um século, desde que a nova cripta foi construída.”

O Bispo pensou ter visto uma escapatória e disse gentilmente ao menino: – “Por que você não vai para casa e reza para que São Francisco ajude você? Se você abrir seu coração para ele e ter fé, certamente ele irá escutá-lo.”


– “Mas não seria a mesma coisa!”, Pepino clamou, e sua voz tremulava com as lágrimas que queriam vir à tona. – “Eu preciso levá-la até onde São Francisco possa vê-la. Ela não é igual a qualquer outra velha