Os castelhanos se impacientavam, cruzando entre si olhares suspeitos.
— Vamos ter com o homem.
Atravessou-se na frente o João Canho com ar resoluto.
— Senhores, o homem está descansando. Se querem fazer outro tanto, ali está o rancho.
— Falemos claro, amigo. Viemos à caça do sujeito, e por força que o havemos de levar.
— Daqui desta casa, não; salvo se ele mesmo quiser ir.
— Veja que somos quatro, e estamos disposto a ir às do cabo.
— Ainda que fossem vinte. Nesta casa ninguém entra sem licença de seu dono, e este sou eu para os servir, senhores.
Manuel que de dentro ouvira a altercação, saiu fora no alpendre movido por infantil curiosidade. Seu pai, de pé nos degraus da escada, aproveitando um instante em que os castelhanos se consultavam entre si, voltou-se para o gauchito:
— Corre; diz ao homem que fuja para a estância! Um cavalo selado, no quintal, já!... Tua mãe que feche a porta; eu os entretenho por cá; ele que se musque!