de estreita, era um raleiro, que de perto facilmente se devassava com a vista.
Um selvagem naquelas circunstâncias subiria ao cimo das árvores, para ocultar-se no mais basto da folhagem; mas nada separa um gaúcho de seu cavalo no momento do perigo: seria o mesmo que deceparem as pernas do centauro, e o reduzirem a um tronco mutilado.
Ganhando a orla oposto da mata, o desconhecido fez deitar-se numa biboca funda e cheia de capim a tropilha que trouxera; e cobriu tudo isso com algumas braçadas de folhas secas. Então estendeu-se pelo flanco do Morzelo de modo que era impossível descobri-lo do lado oposto. Um dos pés apoiava na orelha esquerda do cavalo, o outro o animal o segurava nos dentes como a cana do freio; finalmente, com a mão escondida no cabelo da cauda, o desconhecido parecia colado ao corpo do quadrúpede.
Quando o peão chegava à restinga viu à esguelha um cavalo estropiado, que se afastava pelo campo manquejando. Bateu o mato e nada descobriu de suspeito; retirou-se portanto convencido que o vulto não era outro senão o do Morzelo arrebentado por alguma viagem.