— Cães! murmurou Manuel transido.
Que horrível espetáculo! No meio do chão revolto viam-se grandes charcos de sangue; e ossos ainda mal despojados da carne, esparsos aqui e ali pela orla do mato. Em um desses acervos de detritos animais, descobriu Canho um pano que ergueu com a ponta da faca e aproximou do fogo.
— Conhece? disse ele para Lucas pasmo ante esta cena.
A voz de Canho pronunciando aquela palavra tinha um acento medonho. Um calafrio percorreu o corpo do alferes, cujo espírito parecia recuar espavorido ante a idéia que assomava. Seu olhar esbugalhado era uma ânsia e uma interrogação.
— É da saia de sua filha!
— Catita!
O nome da filha envolto em um gemido dilacerante, eis tudo quanto se exalou dessa alma selada pela estupidez da dor.
— Foi o senhor quem matou-as, a ambas, arrancando-me daqui. Agora havemos nós de ficar também; os cães naturalmente voltam.
Um estranho riso, que repercutiu na treva