a parede; e o lindo semblante da menina desenhou-se naquele limbo de luz com enlevadora suavidade.
O peão que cerrava com a mão convulsa o cabo da navalha, preparando o salto, ficou imóvel e extático ante aquela doce aparição que emergira da sombra. A beleza da menina ainda exercia sobre ele uma poderosa fascinação: sua coragem vacilou; a mão tremeu horrorizada. Então apagando-se a lembrança do que o trouxera ali, o rapaz embebeu-se na contemplação daquela imagem querida.
Quanto tempo esteve assim não o soube. De repente foi arrebatado àquele sonho inefável por uma dor cruciante. Catita gazeou na ponta dos lábios o estribilho da cantiga do gaúcho, que Manuel costumava repetir ao som da viola.
Toda aquela admiração, que sentia Félix um momento antes, se transformou em raiva. Cerrando outra vez o cabo da navalha com terrível frenesi, arrojou-se ébrio de cólera e cego de furor.
Mas a imagem de Catita desaparecera. Tão fora de si estava o rapaz que não percebeu a causa. Um vulto se aproximara da rótula interceptando-