e ali ficara. Através do horror que ainda lhe inspirava aquele ímpeto homicida, ele via o olhar morno da moça fito na ponta do ferro; e o sorriso de escárnio com que ela parecia despedir-se da existência.
Muitos dias tinham passado depois daquele acontecimento; e era natural que o tempo houvesse apagado no espírito da moça qualquer pensamento funesto. Todavia o furriel estava inquieto e a custo continha sua impaciência.
Não se animando a bater à porta do quarto e chamar Catita, adiantava-se disposto a informar-se com Maria dos Prazeres do que fazia a filha. Mas o pudor de seu profundo ressentimento o tolhia, receoso de mostrar-se fraco diante da mulher e da irmã.
Afinal, não pôde resistir, e avançou até ao meio da varanda.
— Onde está ela? disse com voz soturna.
— Lá no quarto, respondeu a mulher.
— Fazendo o quê?
— Chorando. Que mais? tornou a Maria dos Prazeres levantando os ombros.
— E... e a faca?
— Que faca, Sr. Lucas?