se enganou: na quinta noite um recado da vizinha fez-lhe esquecer tudo o mais.
Quando Manuel, de pé sobre o muro, alcançava o tronco do pinheiro a fim de subir à copa, a moça o avistara, mas de relance apenas; tanto que Romero volvendo os olhos não viu mais do que o esguio tronco de árvore.
Oculto entre a rama dos galhos, esperou até o momento em que o chileno subiu à sacada para alcançar a janela vizinha. Então o braço projetou-se; o laço arremessado com força apanhara o namorado pela cintura, semelhante à garra fatal e invisível de um grifo que o arrebatasse pelos ares.
Ao mesmo tempo que atirara o laço, Manuel se arrojara ao chão; de modo que a trança de couro correndo na forqueta de um galho, à guisa de cabo, suspendeu Romero sobre o pardieiro, sem que o corpo arrastasse pela rua.
Atirar-se ao mascate, amordaçá-lo com o poncho, ligar-lhe pés e mãos, atá-lo ao costado do Ruão, e partir levando consigo o prisioneiro, não gastou ao Canho o momento que durou a surpresa do chileno. Quando este deu acordo de si, galopava pela campanha em posição horizontal.