Era noite fechada.

Jazia a vila de Piratinim em profundo silêncio, submergida nas trevas. Apenas a trechos ouvia-se, entre os primeiros silvos do temporal iminente, o pio monótono da coruja na matriz, ou um murmúrio de vozes a escapar-se do coice de uma porta.

Era aí a taberna, onde os peões jogavam a primeira ao clarão de uma candeia de graxa cuja luz oscilante e mortiça, filtrando pelos interstícios da porta, cortava a treva espessa como o vôo de um pirilampo.