de vez em quando uma lágrima que desfiava-lhe pela face.
Pensava no seu amor infeliz, na solidão de sua alma, tão erma de recordações doces, de esperanças queridas. Toda essa tarde fora um martírio para ela; vira Álvaro falar a Cecília, adivinhara quase as suas palavras. Há poucos momentos tinha percebido a sombra do moço que atravessara a esplanada, e sabia que não era por sua causa que ele passava.
De vez em quando seus lábios tremiam e deixavam escaparem-se algumas palavras imperceptíveis:
—Se eu quisesse!
Tirava do seio uma redoma de ouro, sob cuja tampa de cristal se via um anel de cabelos que se enroscava no estreito aro de metal.
O que havia dentro desta redoma, de tão poderoso, de tão forte, que justificasse aquela exclamação, e o olhar brilhante que iluminava a pupila negra de Isabel?
Seria um segredo, um desses segredos terríveis que mudam de repente a face das coisas, e fazem surgir o passado para esmagar o presente?
Seria algum tesouro inestimável e fabuloso, a