parece-me que ainda deve haver aqui o quer que seja que vos dará no goto.

Reclinou-se, e estendendo o braço pela cava retirou uma botija que ali estava deitada, e que colocou no meio do grupo.

—É de Caparica, mas do bom. Deste cá não vem!

—Diabo! tendes uma adega!... exclamou Bento Simões a quem a vista da botija tinha restituído todo o bom humor.

—A falar a verdade, disse Rui, esperaria tudo, menos ver sair deste buraco uma botija de vinho.

—É para verdes! Como costumo vir a este lugar, onde às vezes passo bem boas soalheiras, precisava ter um companheiro com quem espairecesse.

—E não podíeis achar melhor! disse Bento Simões dando uma empinadela à botija e estalando a língua. Já lhe tinha saudades!

Cada um dos três tomou a sua vez de vinho e a botija voltou ao seu lugar.

—Bom, disse o italiano, agora tratemos do que serve. Prometi, quando vos convidei a seguir-me, que vos faria ricos, muito ricos.

Os dois inclinaram a cabeça.