—Nem todos são mitrados como vós, dom italiano.
—Bom, acabemos de uma vez; o que Robério Dias julgava oferecer em Madri a Filipe II, amigos, está aqui!
E Loredano dizendo estas palavras assentou a mão sobre um seixo que havia ao lado.
Os dois aventureiros olharam-se sem compreender, e duvidando da razão de seu companheiro. Quanto a este, sem se importar com o que eles pensavam, tirou a espada, e depois de desenterrar a pedra, começou a cavar.
Enquanto prosseguia neste trabalho, os dois observando-o passavam alternadamente a botija de vinho, e faziam conjeturas e suposições.
O italiano já cavava há tempo, quando o ferro tocou num objeto duro, que o fez tinir.
—Per Dio, exclamou, ei-la!
Daí a alguns momentos retirava do buraco um desses vasos de barro vidrado, a que os índios chamavam camuci; este era pequeno e fechado por todos os lados.
Loredano tomando-o pelas duas mãos abalou-o e sentiu o imperceptível vascolejar que fazia dentro um objeto qualquer.
—Aqui tendes, disse ele lentamente, o tesouro de Robério