Devorou pois em silêncio a sua raiva, e começou a refletir nos meios de sair da posição difícil em que se achava.

Neste meio tempo Rui Soeiro e Bento Simões vinham-se aproximando receosos do que tinham visto, e temendo o menor incidente que complicasse a situação.

Loredano e seus companheiros olharam-se em silêncio um momento; havia nos olhos destes últimos uma interrogação muda e inquieta, a que respondia perfeitamente o rosto pálido e contraído do italiano.

— Não era ele!... murmurou o aventureiro com a voz surda.

— Como sabeis?

— Se fosse, acreditais que me deixasse a vida?

— É verdade; mas quem foi então?

— Não sei; porém agora pouco importa. Quem quer que fosse, é um homem que sabe o nosso segredo e pode denunciá-lo, se já não o fez.

— Um homem?... murmurou Bento Simões que até então se conservava silencioso.

— Sim; um homem. Quereis que fosse uma sombra?

— Uma sombra não, mas um espírito! acudiu o aventureiro.