— Sr. Loredano! disse o moço levando a mão ao punho da espada, e colhendo as redeas.

O italiano fez que não tinha visto o gesto de ameaça; e continuou:

— Assim tudo se explica. Recebestes uma ordem; foi de Antonio de Mariz, sem duvida?

— Não sei que nenhum outro tenha direito de dar-me; replicou o moço com arrogancia.

— Naturalmente por virtude desta ordem, continuou o italiano cortezmente, partistes do Paquequer em uma segunda feira, quando o dia designado era um domingo.

— Ah! tambem reparastes nisto? perguntou o moço mordendo os beiços de despeito.

— Reparo em tudo, Sr. cavalheiro; assim, não deixei de observar ainda, que sempre em virtude da ordem, fizestes tudo para chegar justamente antes do domingo.

— E não observastes mais nada? perguntou Alvaro com a voz tremula, e fazendo um esforço para conter-se.

— Não me escapou tambem uma pequena circumstancia de que já vos fallei.

— E qual é ella, se vos praz?

— Oh! não vale a pena repetir: é cousa de somenos.