aninhada entre os seios, moveu-se com a indolência e a moleza do sono e recaiu sobre a face.
A pequena cruz de esmalte que tinha ao colo e que estava agora presa entre os dedos da mão, roçou-lhe os lábios; e uma música celeste escapou-se, como se Deus tivesse vibrado uma das cordas de sua harpa eólia.
Foi a princípio um sorriso que adejou-lhe nos lábios; depois o sorriso colheu as asas e formou um beijo, por fim o beijo entreabriu-se como uma flor e exalou um suspiro perfumado.
— Peri!
O colo arfou docemente, e a mão descaindo foi de novo aninhar-se entre o talho da sua anágua de cambraia.
O italiano ergueu-se pálido.
Não se animava a tocar naquele corpo tão casto, tão puro; não podia fitar aquela fisionomia radiante de inocência e de candura.
Mas o tempo urgia.
Fez um esforço supremo sobre si mesmo; firmou o joelho à borda do leito, fechou os olhos e estendeu as mãos.