todas as talhas do alpendre esvaziaram se a pouco e pouco e inundavam o chão.

Dentro de um segundo a frialdade acordaria todos os homens adormecidos, e os obrigaria a sair do alpendre; era o que Peri esperava.

Livre do maior perigo, o índio rodeou a casa para ver se tudo estava em sossego; e teve então ocasião de notar que por todo o edifício tinham disposto feixes de palha para atear um incêndio.

Peri inutilizando estes preparativos, chegou ao canto da casa que ficava defronte de sua cabana; parecia procurar alguém. Aí ouviu a respiração ofegante de um homem cosido com a parede junto do jardim de Cecília.

O índio tirou a sua faca; a noite estava tão escura que era impossível descobrir a menor sombra, o menor vulto entre as trevas.

Mas ele conheceu Rui Soeiro.

Peri tinha o ouvido sutil e delicado, e o faro do selvagem que dispensa a vista; o som da respiração servia-lhe de alvo; escutou um momento, ergueu o braço, e a faca enterrando-se na boca da vitima cortou-lhe a garganta.

Nem um gemido escapou da massa inerte que se estorceu um momento e quedou de encontro ao muro.

Peri apanhou o arco que encostara à parede,