seus cúmplices, raptar a menina, e vingar-se de Peri.

Mal sabia porém que o índio tinha destruído toda a sua maquinação; chegando ao pátio viu o alpendre iluminado por fachos, e todos os aventureiros de pé cercando um objeto que não pôde distinguir.

Aproximou-se e descobriu o corpo de seu cúmplice Bento Simões, que jazia no chão alagado do pavimento: o aventureiro tinha os olhos saltados das órbitas, a língua saída da boca, o pescoço cheio de contusões; todos os sinais enfim de uma estrangulação violenta.

De lívido que estava o italiano tornou-se verde; procurou com os olhos a Rui Soeiro e não o viu; decididamente o castigo da Providência caia sobre as suas cabeças; conheceu que estava irremediavelmente perdido, e que só a audácia e o desespero o podiam salvar.

A extremidade em que se achava inspirou-lhe uma idéia digna dele: ia tirar partido para seus fins daquele mesmo fato que parecia destruí-los; ia fazer do castigo uma arma de vingança.

Os aventureiros espantados sem compreenderem o que viam, olhavam-se e murmuravam em voz baixa fazendo suposições sobre a morte do seu companheiro.