subindo gradualmente ao tom da ameaça.

— Silêncio, vilões! Esqueceis que D. Antônio de Mariz ainda tem bastante força para arrancar a língua que o pretendesse insultar? Miseráveis, que lembrais o dever como um beneficio! Arriscastes a vossa vida para defender-me?... E qual era a vossa obrigação, homens que vendeis o vosso braço e sangue ao que melhor paga? Sim! Sois menos que escravos, menos que cães, menos que feras! Sois traidores infames e refeces!... Mereceis mais do que a morte; mereceis o desprezo.

Os aventureiros, cuja raiva fermentava surdamente, não se contiveram mais; das palavras de ameaça passaram ao gesto.

— Amigos! gritou Loredano aproveitando habilmente o ensejo. Deixareis que vos insultem atrozmente, que vos cuspam o desprezo na cara? E por que motivo!...

— Não! Nunca! vociferaram os aventureiros furiosos.

Desembainhando as adagas estreitaram o círculo ao redor de D. Antônio de Mariz; era uma confusão de gritos, injúrias, ameaças, que corriam por