e tinha uma confiança inabalável nos seus recursos.
Seriam dez horas da noite: a lâmpada de prata suspensa no teto da grande sala iluminava uma cena triste e silenciosa.
Todas as janelas e portas estavam fechadas; de vez em quando ouvia-se o estrépito que fazia uma seta cravando-se na madeira, ou enfiando-se por entre as telhas.
Nas duas extremidades da sala e na frente tinham-se praticado no alto da parede algumas seteiras, junto das quais os aventureiros faziam à noite uma sentinela constante, a fim de prevenir uma surpresa.
D. Antônio de Mariz, sentado numa cadeira de espaldar, sob o dossel, repousava um instante; o dia fora rude; os índios tinham investido por diferentes vezes a escada de pedra da esplanada; e o fidalgo com o pequeno número de combatentes de que dispunha e com o auxilio da colubrina conseguira repeli-los.
A sua clavina carregada descansava de encontro ao espaldar da cadeira; e as suas pistolas estavam colocadas em cima de um bufete ao alcance do braço.
Sua bela cabeça encanecida, pendida ao seio, ressaltava