perguntas isso, senhora? disse o índio timidamente.

— Por quê?... exclamou Cecília levantando-se com vivacidade. Porque se para nos salvar é preciso que tu morras, eu rejeito o teu sacrifício, rejeito-o em meu nome e no de meu pai.

— Sossega, senhora; Peri não teme o inimigo; sabe o modo de vencê-lo.

A menina abanou a cabeça com ar incrédulo.

— Eles são tantos!...

O índio sorriu com orgulho.

— Sejam mil; Peri vencerá a todos, aos índios e aos brancos.

Ele pronunciou estas palavras com a expressão de naturalidade e ao mesmo tempo de firmeza que dá a consciência da força e do poder.

Contudo Cecília não podia acreditar o que ouvia; parecia-lhe inconcebível que um homem só, embora tivesse a dedicação e o heroísmo do índio, pudesse vencer não só os aventureiros revoltados, como os duzentos guerreiros Aimorés que assaltavam a casa.

Mas ela não contava com os recursos imensos de que dispunha essa inteligência vigorosa, que tinha ao seu serviço um braço forte, um corpo ágil, e uma destreza admirável; não sabia que o