Cecília, sentindo aquela gota ardente, entreabriu os olhos; mas Peri não viu esse movimento, porque já se tinha voltado e aproximava-se de D. Antônio de Mariz.
O fidalgo sentado na sua poltrona recebeu-o com um sorriso pungente.
— Tu sofres? perguntou o índio.
— Por eles, por ela especialmente, por minha Cecília.
— Por ti não? disse Peri com intenção.
— Por mim? Daria a minha vida para salvá-la; e morreria feliz!
— Ainda que ela te pedisse que vivesses?
— Embora me suplicasse de joelhos.
O índio sentiu-se aliviado como de um remorso.
— Peri te pede uma coisa.
— Fala!
— Peri quer beijar a tua mão.
D. Antônio de Mariz tirou o seu guante, e sem compreender a razão do pedido do índio, estendeu-lhe a mão.
— Tu dirás a Cecília que Peri partiu; que foi longe; não deves contar-lhe a verdade: ela sofrerá. Adeus; Peri sente te deixar; mas é preciso.
Enquanto o índio