de que precisava. O arco era a sua arma favorita, e sem ele, embora possuísse a clavina e as munições que por precaução deitara na canoa para servirem a D. Antônio de Mariz, não tinha tranqüilidade de espírito e confiança plena na sua agilidade. Reparando, porém, que sua senhora não tocava nos alimentos, ergueu a cabeça e viu o rosto da menina banhado de lágrimas, que calam em pérolas sobre os frutos e os rociavam como gotas de orvalho.
Não era preciso adivinhar para conhecer a causa dessas lágrimas.
— Não chora, senhora, disse o índio aflito; Peri te falou o que sentia; manda, e Peri fará a tua vontade.
Cecília olhou-o com uma expressão de melancolia que partia a alma.
— Queres que Peri fique contigo? Ele ficará; todos serão seus inimigos; todos o tratarão mal; desejara defender-te e não poderá; quererá servir-te e não o deixarão; mas Peri ficará.
— Não, respondeu Cecília; não exijo de ti esse último sacrifício. Deves viver onde nasceste, Peri.
— Mas tu vais ainda chorar!