matérias de amor! Se ele fosse mais brutal, não tivesse tantas considerações e respeitos, não andasse atemorizado com uns receios infundados, com certeza já tê-la-ia conquistado! E lamentava-se furiosamente da sua inépcia, maldizia estes tempos em que se metera nas conquistas fáceis e nos amores a cinco e até mesmo a dois mil-réis! Se ele tivesse aproveitado estes anos da sua primeira mocidade na aprendizagem da crápula do bom-tom, com certeza não estaria agora tão atrapalhado com este noviciato que lhe custava tanto trabalho!

E prometia emendar-se. Jurava a seus deuses que daquela época em diante havia de ser mais empreendedor. Castelava uns planos para o futuro. Agora queria Nenê fosse como fosse. Queria-a em nome de todas estas derrotas que experimentara por causa de seus modos esquerdos e de sua falta de prática. Queria-a em nome dessa paixão que lhe escaldava o sangue e lhe entontecia a cabeça. Queria-a como o primeiro degrau dessa escada por onde esperava subir ao canalhismo aristocrático, como embasamento sólido e gentil de arabescos sobre o qual pretendia erguer o monumento de suas futuras glórias dom-juanescas. Queria-a como o sarcasmo