quando o próprio país não pode criar ainda um centro de literatura à parte. Nós temos, é verdade, no Paraná, em Minas, em S. Paulo, no Maranhão, e na Bahia, facções literárias com moços de bastante talento; mas não é crível que eles formem núcleos característicos capazes de determinar centros de literatura à parte. De resto, os olhos estão todos voltados para o Rio, onde a Academia assenta quarenta imortais que oficializam a Literatura Nacional.

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É péssimo, e penso como toda gente.

Nós temos nesta terra duas instituições fatídicas para os homens de letras: uma é a política, a outra é o jornalismo.

O desgraçado que tem talento, ou cai na coluna diária a matar a sua arte a trezentos mil réis por mês ou vai apodrecer numa cadeira de Congresso a ganhar setenta e cinco diários entre os discursos sobre a lei do orçamento e sobre o imposto do gado.

Talvez isso ateste soberanamente a nossa fraqueza intelectual; mas como o país é de analfabetos os desviados desculpam-se dizendo — que não podem morrer de fome.

E em parte eles têm uma forte e pensada razão.