gerações novas porque escreveu alguns versos e foi amante de Mme. Vítor Hugo. Talvez apenas dele se recordem por ter essa senhora esquecido o gigante para amar o zoilo. Quem vos fala hoje, a sério, de Schlegel, de Hegel, ou mesmo do pobre Hennequin? A crítica atual é a informação e a reportagem. Há alguns anos, Anatole France dizia: “A crítica é como a filosofia, e a história uma espécie de romance para uso dos espíritos avisados e curiosos. Ora, todo romance no fundo é uma autobiografia, e o bom crítico é aquele que conta as aventuras da própria alma entre as obras-primas. ”Atualmente, para o grande público, já não é isso. Se o romance, desde Balzac, outra coisa não foi senão a reportagem, genial ou não, da moral e dos costumes, a crítica é a reportagem dos autores. Só dominam hoje os que vão ao local, indagam, vêm e escrevem com o documento ao lado. A crítica passou a ser uma consulta experimental, como a fazem Brisson e Huret, e eu posso assegurar que tenho uma impressão muito mais justa e exata de Zola ou de Rostand, quando Brisson os narra numa das suas entrevistas, que lendo toda a panegírica e todos os insultos de que o Cyrano e a Terre tenham sido causa.

Foi-se o tempo, meu amigo, em que Diogo de Paiva,