disse: — Meus senhores. Apresento-lhes um dilema. Ou os senhores calam ou eu me retiro!

Sei por conseqüência que vou ouvir de Severiano coisas imprevistas.

— De S. Paulo mandaram-te muitas respostas? pergunta o padre. Não mandaram. Era natural. Eu expatrio S. Paulo do Brasil. Houve um tempo que a Paulicéia era um viveiro de poetas e prosadores. Tempos idos! Hoje há na Academia uns bacharéis em germe muito bem vestidos e muito pedantes, e o escol literário vive em retiro. No entanto, em S. Paulo podia haver um grande movimento literário, havendo lá, como há, talentos raros. Não falo por exemplo de um Garcia Redondo, que é o arquétipo do imbecil relapso na sua mania de literatejar à outrance, mas se eu disser que em S. Paulo há um Freitas Vale, um Antônio de Godói, um Herculano de Freitas, que são estetas a valer, todos compreenderão que a Paulicéia podia brilhar nas letras.

E temos ainda como poeta e como cronista Adolfo Araújo, que tem sonetos que eu assinaria e prosa que rivaliza com a de qualquer bom prosador excelente.

Há poetisas também: Francisca Júlia, por exemplo, que não tem contudo originalidade e vive a imitar todo o mundo, o que não acontece com uma outra poetisa, muito bizarra criatura