RESPOSTA — Não, o Brasil não atravessa atualmente um período estacionário. Também não há luta entre as antigas e modernas escolas. Há, sim, certa tendência ainda vaga para a formação de novas escolas que no romance se revela em Canaã e na poesia dos versos de Francisca Júlia e Emílio de Menezes. Penso, porém, que essa tendência não passará jamais de uma aspiração.

— O desenvolvimento dos centros literários dos Estados tenderá a criar literaturas à parte?

RESPOSTA — Não me parece. O velho Portugal ainda sobre nós exerce tal influência literária que não conseguimos criar uma literatura essencialmente nossa, a despeito de quase um século de emancipação política. A Capital Federal está para os Estados como Portugal para o Brasil. Dela é que há de irradiar sempre a influência literária para os Estados, por mais autônomos que estes sejam, politicamente falando. Quando muito, poderemos vir a ter uma literatura do norte e outra do sul, algo distintas, mas com eternos laços de afinidade.

— O jornalismo, especialmente no Brasil, é um fator bom ou mau para a arte literária?

RESPOSTA — É um fator excelente. É ele que estimula o cultivo das letras, dando azo a que os novos surjam e exercitem as suas primeiras armas. Sem o jornal, que é um fanal, a