educadores não seriam capazes de ser para ti senão libertadores."

O que Schopenhauer e Wagner foram para o jovem Nietzsche, quando este não tinha ainda 25 anos, Nietzsche e Stirner foram para mim — maravilhosos educadores. Hoje, fiel à filosofia de Zaratustra, procuro pensar por conta própria, só assimilando dos mestres o que julgo bom; procuro ser eu mesmo, com meus instintos, meus defeitos, meus ódios, minha verdades, meus erros...

Necessito observar-vos que atribuo a influência que os autores citados deixaram em meu intelecto ao meu temperamento, à constituição do meu espírito e à analogia de ideais. Sou um apaixonado, um homem de idéias extremas, um espírito combativo, um energético, um impulsivo, podendo dizer sem exagero que sou um rebelde nato. A minha infância foi uma revolta permanente: no seio da família, contra os preconceitos e a prática de uma moral caduca e despótica; no colégio, contra a disciplina do mestre-escola; no seminário, contra a imoralidade e a hipocrisia ambientes. Ao entrar na academia, sublevou-me o néscio ambiente reacionário que ali dominava, tendo, depois dalgum tempo, abandonado os estudos superiores por escrúpulo de minha consciência anárquica. Estreei na imprensa literária, fundando uma revista iconoclasta, demolidora de velhas fórmulas e de