— No que refere à poesia, ou, melhor, ao verso, julgo não errar, assegurando ser o momento de luta. Há, de um lado, o parnasianismo, que, agonizante, a debater-se nas vascas da morte, tenta por todas as formas resistir, apegando-se até à tabua de salvação de todas as inteligências extintas do classicismo; há de outro lado, o que, de maneira geral, se convencionou denominar no Brasil e em Portugal nefelibatismo, e que tão desastradamente tem sido interpretado e compreendido entre nós. Lembra-se da apreciação de Sílvio Romero, filiando o movimento aqui a não sei que produto poético de um vinhateiro, que há lá na península ibérica, em Portugal, chamado Guerra Junqueiro? Pois é assim que a nossa crítica se externa, e, olhe, Sílvio é dos mais competentes, se não o mais autorizado. Imagine o resto... Não estamos no verso estacionário; as duas coortes em frente provam o inverso, a atividade. Enquanto os parnasianos, unidos aos clássicos e aos românticos, que ainda os há, querem o statu quo, a conservação de fórmulas que o tempo e o uso imoderado tornaram imorais, como o adjetivo com a acepção rigorosa do dicionário, o número de sílabas muito de acordo com os compêndios, os acentos muito direitinhos nos respectivos lugares, a imagem muito terra-a-terra, a suportar a análise do burguês, a rastejar, a rima a opulentar-