da República será ainda por longo tempo o foco principal de convergência das aspirações à consagração literária.

Podem nos Estados refulgir, luminosos e rútilos, talentos vigorosamente cultivados; podem sobressair aureolados por uma fotosfera intensa, nas ciências, nas letras, nas artes, no jornalismo, no ensino; mas, se o Rio de Janeiro os não consagra (felizmente há muita gente aí que não faz coro com o empurro mútuo), jamais romperão a penumbra provinciana.

No seu escrito La Nationalité et l'Etat, o sociólogo Novicov observa que as capitais das nações são geralmente centros intelectuais mais poderosos. É nelas que se centraliza a elaboração das idéias e dos sentimentos. É aí que a literatura brilha com um fulgor mais vivo. É aí que se encontra a élite social, na expressão de Comte.

Tudo isso é verdade, não há negar. Mas como bem acrescenta o mesmo publicista noutro trabalho intitulado L'évolution de l'organisme social, há diferença entre aquela e a élite intelectual.

Se a primeira, de fato, se concentra nas capitais, a segunda "est répandue, dans une certaine mesure, sur toute la surface du territoire d'une nation".

Donde se conclui que as capacidades mentais de plano superior não constituem privilégio das sedes políticas dos países.