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F... e Carlos Fradique Mendes achavam-se ha dias em uma quinta dos suburbios de Lisboa escrevendo, debaixo das arvores e de bruços na relva, um livro que estão fazendo de collaboração, e no qual — promettem-n’o elles á natureza mãe que viceja a seus olhos — levarão a pontapés ao exterminio todos os trambolhos a que as escolas litterarias dominantes em Portugal têem querido subjeitar as inviolaveis liberdades do espirito.

Se me é licito por ultimo fallar-lhe de mim, saberá, sr. redactor, que estou recolhido em uma pequena casa na provincia. Se ainda se lembra de Therezinha, não extranhará que eu accrescente que estou casado ha dias. Precisava d’isto o meu coração: da paz de um lar tranquillo. Presencear as profundas commoções romanescas da vida é como ter assistido a um grande naufragio: sente-se então a necessidade consoladora das cousas pacificas; então mais que nunca se reconhece que o ser humano só póde ter a felicidade no dever cumprido. — A. M. C.