O reino de Kiato
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com os seus discipulos, a brandura, o carinho com que devia tratal-os. Relembrou a decadencia, o tempo em que as creanças, portadoras de taras geradas pelo alcool, eram por isso insubmissas, viciosas, e que, para modificar-lhes as inclinações, o professor lhes inflingia castigos corporaes, tinha a palmatoria e o chicote sobre a mesa, mas tudo sem resultado apreciavel.

O menino que agora ensinavam a ler era docil, obediente, cumpridor de seus deveres. Os cuidados do mestre não deviam ser somente velar pela saude da creança na escola, mas vigiar tambem pela saude do espirito. O cumprimento do dever e o respeito ao direito dos outros deviam repetir á creança todos os dias, em pequenas historias ao alcance de sua intelligencia e idade.

Acabada a lição, Paterson sahiu e foi assistir, em um salão contiguo, á aula de hygiene.

Uma formosa mulher de vinte e tantos annos falava a suas discipulas, algumas dezenas de meninas de 12 a 15 annos:

— O aceio do corpo, como um dos maiores factores da saude devia ser lembrado todos os dias para que não o esquecessem. O nosso organismo é como o da planta, precisa de ar e de luz. Os individuos que vivem em atmosphera que se não renova perdem a saude, como as plantas que vivem na sombra se estiolam. O aceio do corpo, — trazer a pelle sempre limpa, os poros abertos para ajudarem ao pulmão a oxigenar o sangue — é um dos preceitos da sã hygiene. Os poros da pelle representam um papel importante na economia, como os estomatos no organismo vegetal. São milhares de pequenos orifícios que dão entrada ao ar e sahida ao suor, ajudando os rins a pu-