Havia a este respeito uma tradição. Dizia-se que em sucedendo uma desgraça no boqueirão, logo aparecia mais uma cruz à sombra do ipê, indicando a sepultura do infeliz tragado pela voragem.

Ora, o mistério tornava-se ainda mais profundo com o fato muitas vezes verificado do desaparecimento da vítima arrebatada pelo remoinho. Além de outros casos citava-se especialmente o do pai de Mário, em que todos os esforços empregados durante muitos dias foram inúteis. Tudo sumira-se; o homem e o cavalo; o ventre do abismo devorou tudo; só escapou o chapéu, que o vento ou o acaso atirara sobre as largas folhas das plantas aquáticas.

Como pois o misterioso coveiro achava o cadáver das vítimas para dar-lhes sepultura ao pé do tronco?

Houve quem duvidasse que as cruzes indicassem o jazigo real das pessoas afogadas na lagoa. Na opinião desses, o tronco do ipê era apenas como um necrológio rústico e simbólico das sucessivas catástrofes sucedidas no boqueirão. Semelhante dúvida estimulou alguns mais animosos