encontrava-se o jardim, o pomar, a horta, e vários sítios de recreio arranjados com muito gosto.
Se a natureza brasileira, toucada pela arte europeia, perdia ali a flor nativa e a graça indígena; em compensação tornava-se mais faceira.
Tudo isso desapareceu; a Fazenda de Nossa Senhora do Boqueirão já não existe. Os edifícios arruinaram-se; as plantações em grande parte ao abandono morreram sufocadas pelo mato; e as terras, afinal retalhadas, foram reunidas a outras propriedades.
A gente do lugar, tantos os fazendeiros e ricaços, como os simples roceiros e agregados se preocuparam muito durante algum tempo com o desamparo em que dono deixava uma fazenda tão fértil e aprazível.
Alguns atribuíam o fato singular às seduções da corte; e protestavam interiormente não casar suas filhas com homem habituado às delícias da Babilônia fluminense.
Outros que melhor conheciam o dono da fazenda abandonada, desconfiavam de alguma questão de família, e falavam de certas complicações a respeito da herança do antigo proprietário.