No colégio muito se afeiçoara por ele outro menino, filho do Comendador Figueira, o mais rico fazendeiro daquela redondeza, então proprietário do Boqueirão.

Esse fazendeiro respeitável, sabedor do desamparo em que ficara o menino e da amizade que lhe tinha o seu José, tornou-se protetor do órfão; e à sua custa o manteve no colégio até a idade de dezoito anos.

José Figueira era mais velho do que Joaquim de Freitas, cerca de três anos. Tinham gênios opostos, o que de algum modo concorria para ligá-los ainda mais estreitamente. O primeiro comunicava a seu amigo certa paciência e serenidade de ânimo, que deviam fortalecê-lo contra as decepções e contrariedades; o outro, ambicioso, ardente e ousado, infundia na natureza plácida de seu amigo o calor necessário para reanimá-la.

Com a proteção do comendador e do filho, pôde Freitas ajuntar módica soma, que lhe serviu para estabelecer na vila uma pequena casa de negócio, dirigida por um moço português. Quanto a ele, a amizade de José Figueira o retinha na fazenda, ou em passeios pela vizinhança