Mal haviam decorrido três meses, que a arrogância de D. Alina, orgulhosa com sua nova posição, forçou o enteado a retirar-se da casa paterna. Esse fato, habilmente explorado pelo gênio intrigante da madrasta, ainda mais indispôs o espírito do Comendador Figueira contra o filho, a quem chegou a atribuir projetos sinistros a respeito de sua existência.

Levadas as cousas a este ponto, cessaram completamente as relações de família. José Figueira, que até então se empregara exclusivamente no serviço da fazenda aumentando o patrimônio que devia um dia pertencer-lhe como filho único, vítima de sua lealdade, ficou reduzido a ganhar a vida pelo trabalho e a aceitar o auxílio de alguns fazendeiros a quem indignara o procedimento do comendador.

Nestas estreitas circunstâncias lembrou-se o moço, que sua mãe devia ter-lhe deixado por legítima uma parte dos bens do casal, na época de seu falecimento. Até então não se preocupara com isso; e nunca durante tantos anos fizera a seu pai a menor alusão a esse respeito. Nem mesmo sabia se haviam feito inventário e partilhas;