dourado da juventude fora o dote; e o coração não passava de um travesso a quem se perdoariam os caprichos, enquanto não pudessem comprometer o futuro; pois do contrário não haveria remédio senão pô-lo de jejum, a pão e água.

O acaso, que às vezes toma ares de zombeteiro, reunia essas duas criaturas possuídas de igual pensamento, eivadas da mesma ambição; e não contente de as pôr em face como espelho uma da outra, fez que se amassem, elas que fugiam do amor, como de um fatal contratempo. Mas nenhuma, cedendo à afeição, renunciou à esperança tão afagada do casamento rico.

Bem se avalia pois das torturas por que havia Freitas de passar na casa de D. Isabel, ponto de reunião dos moços da vizinhança, atraídos pela beleza da moça. Júlia graduava sua amabilidade e ternura pela riqueza de cada um desses portadores de dote de todos os moldes e feitios. O namorado, esse na sua condição de superfluidade agradável, vinha em último lugar; apenas lhe tocavam uns sobejos de agrados e carinhos, quando os candidatos mais graduados não se mostravam exigentes, ou se retiravam cedo.