Saía dela um negro velho. De longe, esse vulto dobrado ao meio, parecia-me um grande bugio negro, cujos longos braços eram de perfil representados pelo nodoso bordão em que se arrimavam. As cãs lhe cobriam a cabeça como uma ligeira pasta de algodão.
Era este, segundo as beatas, o bruxo preto, que fizera pacto com o Tinhoso; e todas as noites convidava as almas da vizinhança para dançarem embaixo do ipê um samba infernal que durava até o primeiro clarão da madrugada.
Sabiam as matronas até o nome das almas do outro mundo que frequentavam a cabana do pai Benedito, e tinham a honra de ser convidadas para o batuque endemoninhado à sombra do ipê.
Havia quem as tivesse visto e reconhecido, quando se dirigiam, com trajo de fantasma em grande gala, para a morada do bruxo, subdelegado de satanás. Bem se vê que a autoridade policial da freguesia não estava nas boas graças das matronas.
Ignorante das relações íntimas que entretinha o habitante da cabana com o príncipe das trevas, tomei-o por um preto velho, curvado ao peso dos anos e consumido pelo trabalho da lavoura; um