— Está bem, baronesa, não se aflija; deixe de pensar nisto! disse D. Luíza chegando-se para a amiga e tomando-lhe a mão.

A alma de D. Alina se expandira vendo o primeiro fermento da cólera da baronesa. Há naturezas assim, que se deleitam com a destruição; espécie de abutres morais, vivendo da dissolução da família e da sociedade. Aquele caráter pertencia a esta classe; tinha o instinto da intriga; regozijava-se com as recriminações e dissidências.

Vendo a mulher do conselheiro serenar o espírito da baronesa, D. Alina incomodou-se mais do que se a privassem de um teatro ou de um baile; e por isso lançou no coração da dona da casa outra gota de fel.

— Quer meu conselho, senhora baronesa? Guarde para depois; hoje não é bom dia.

— Por quê? perguntou Júlia com altivez.

— Não vê como o barão está carrancudo!

— Que tem isto?

— Pode não lhe fazer a vontade.

— Veremos!... e a baronesa gorjeou um riso orgulhoso.

— Por que será mesmo que o barão está hoje com uma cara tão amarrada? insistiu D. Alina.