na boca do menino aquele simples desejo expresso em breves palavras. Era uma vontade inabalável, da qual não havia meio de demovê-lo. Esse jovem espírito sentia já naqueles primeiros anos, de ordinário tão despreocupados, a necessidade invencível da solidão, que é para a alma a sombra depois do sol, o descanso depois da luta, o abrigo depois do perigo.
Durante a maior parte do dia sofre o corpo a coação que lhe impõe o trajo e a polidez; carece por fim de sentir-se à larga, de se espreguiçar no leito, e de estender os músculos por muito tempo contraídos. A alma, igualmente tolhida pela prática e atenção dos estranhos, carece também como o corpo desses espreguiçamentos íntimos, de uma expansão franca. Para isso procura um refúgio. A solidão é a alcova para a alma.
Não era contudo esta necessidade moral o único móvel, que levava o menino a isolar-se nesses lugares.
Fora aquele o teatro da catástrofe que arrebatara seu pai de uma maneira tão imprevista e para ele inexplicável. O menino não compreendia como um cavaleiro dirigindo-se à Casa Grande, pudesse