alguma cousa de sobrenatural, incompreensível para seu espírito inculto. Um ente que participava do anjo, do feiticeiro e do homem, tal era a imagem que se gravou em sua alma.
Recobrando inteiramente os sentidos, entre os beijos ardentes do barão e as carícias de Chica, Alice correu o olhar ainda entorpecido pelas pessoas que cercavam o leito. Sorriu ao pai, a Adélia, a todos; mas faltava alguém que esperava achar ali e que debalde procurou.
Seu lábio balbuciou um nome:
— Mário!...
No momento em que, presa da voragem, ela se debatia nas vascas da agonia, a derradeira impressão desse transe supremo fora a do braço de Mário que lutava para arrancá-la ao abismo. Também tornando à vida, a primeira visão, embora confusa, de sua alma sopitada, fora a do rosto do companheiro de infância, que debruçado sobre ela, sorria-lhe.
— Seria tudo isto um sonho?
— Ele estava aqui, disse o barão. Mário!
— Saiu! exclamou Benedito.
— Vão chamá-lo. Ainda não o abracei.
Benedito percorreu durante algum tempo os arredores