rapaz adquiria a fria placidez, que era sua expressão ordinária.
Entretanto as duas meninas atravessavam o jardim. Alice, a mais esbelta das duas, tinha certa vivacidade e petulância que revelavam a flor agreste, cheia de seiva, e habituada a se embalar ao sopro da brisa, ou a beber a luz esplêndida do sol. Seus cabelos de um louro cendrado, encrespando em opulentos anéis, voavam-lhe pelas espáduas, e às vezes com a mobilidade da gentil cabeça escondiam-lhe o rosto como um véu. Nessas ocasiões, com um simples e gracioso meneio da fronte ela atirava sobre os ombros a nuvem fragrante que lhe sombreava o rosado das faces.
Quem lhe via os grandes olhos velutados de azul, sempre límpidos e serenos, e os lábios mimosos sempre em flor, comparava naturalmente essa alma pura a um lago sereno engastado em um berço de boninas e cuja onda límpida é apenas frisada pela asa diáfana do silfo, pela pétala da flor, ou pelo suspiro da aragem.
Seu passo era ágil, rápido e sutil como o passarinho, de que tinha a volubilidade e a gentileza. Ela