mas o rei lhe pediu tanto e rogou, que ao menos deixasse metade de seu coração e não lhe levasse todo!... Ela teve pena e deixou o filhinho, sabe Deus com que dor, e depois de recomendar muito e muito ao rei que tivesse cuidado nele.

“A fada, mãe da princesa, estava encantada. Quer dizer, nhanhã, que o rei das fadas tinha mudado a ela em uma flor; essa flor grande, muito alva, que nasce em cima d'água.”

— Coitada! Por quê?

“Não se sabe. Então a princesa, não achando sua mãe dela, e pensando que lhe tinha sucedido uma desgraça, pôs-se a procurá-la por toda a parte, perguntando: “Peixinhos do rio, conchinhas do mar, vistes minha mãe, por quem eu choro mais pranto que as águas em que nadais?” Ninguém respondia; até que afinal o rei das fadas teve pena dela, e vendo-a tão formosa, perdoou à mãe. Com que alegria elas se abraçaram; e logo se puseram ambas a caminho, navegando em uma concha de pérola e ouro, ansiosas de ver, a rainha, seu caro esposo e filho, e a fada, seu lindo neto.

“Tinha-se passado muito tempo, para a gente da terra, que para as fadas não há tempo. O rei