— Para quê?
— Eu teria tanto gosto!
— Criançadas!...
— Se era para mim, eu paguei bem a travessura, porque além de perder o sagui, você pregou-me um beliscão!... Ah! Que forte! Aqui, olhe!
E a moça transportada também pela vivacidade de suas recordações aos dias descuidosos da infância, arregaçou estouvadamente a manga de cassa como fazia aos onze anos, para mostrar no braço alvo e torneado o lugar do beliscão.
— Meteu-me tanta raiva que fui contar a mamãe e mostrar a marca do braço. Ela o prendeu todo o dia de castigo na varanda; mas eu fiquei arrependida e com tanto dó quando o vi chorar de raiva por não poder sair, que fui lhe pedir perdão: – “Mário, disse eu, não esteja zangado comigo; nunca mais conto nada; você quer, vingue-se; me dê três beliscões bem fortes, que eu não me queixo.”
— E eu dei! balbuciou Mário de sobrolho rugado.