do homem julgava as ações do menino, e condenava-o como uma criança ingrata e perversa!

— Ah! Mário, que severidade!

— Mas, balbuciou o moço com a voz surda, o mais cruel era que esse menino louco se indignava contra o homem, chamava a razão de cobardia, a gratidão de cobiça!

Observando a sombra que estas palavras lançavam no rosto da menina, ele sofreou o impulso de suas recordações.

— Esse menino louco, eu o consegui enterrar bem longe daqui... felizmente. Esqueça estas palavras, Alice, deixe-me esquecer o meu triste passado. Suponha que nos conhecemos de antes de ontem. Como se eu fosse um irmão nascido em terra estranha, que depois de tantos anos de exílio, voltando à pátria, encontra uma linda maninha, a quem não conhece, mas ama de todo o coração!

Alice abaixou a cabeça, com um sorriso; ela sentia que era impossível desprender de seu passado a existência, cujo fio se entrelaçara com a teia dourada de suas recordações de infância.

— Se este enlevo em que tenho vivido desde que cheguei, é um sonho, Alice, não me arranque a ele!...