d'alma, as reminiscências dos primeiros anos refluíam de chofre ao coração de Mário, e submergiam por instantes as impressões da vida parisiense e as preocupações do moço estudante.

Essas evocações de um passado que parecia extinto, vinham involuntariamente e muitas vezes por um singular contraste em ocasiões que pareciam mais próprias para impedi-las. Em uma festa; nos teatros e passeios mais frequentados; no meio dos ledos ruídos da multidão em júbilo; o pensamento isolava-se-lhe irresistivelmente desse mundo repleto de comoções e prazeres, para ir em demanda daquele canto obscuro, que fora o ninho de sua alma implume.

Despertando afinal, Mário sentiu sempre, como dissera a Alice, um desgosto profundo. Aquela introversão vascolejava-lhe o fel dentro d'alma. O mancebo de ânimo generoso e delicado revoltava-se contra o gênio irritável e rústico do menino que tinha sido. Muitas vezes corou de vergonha recordando alguma pirraça mais censurável de seus primeiros anos.

Tinha ele o direito, por simples e vagas suspeitas, de odiar o barão a quem devia a subsistência