O vigário, enfunado como um peru de roda foi-se repimpando na cadeira de honra à esquerda da baronesa que tinha à sua direita o conselheiro, eclipsado nesse dia pelo triunfo poético do nosso reverendo. Mas o Cícero paraibano não se deixava abater com qualquer revés; e nesse momento mesmo ruminava o discurso de uma saúde com que procurava desbancar em prosa o verso rançoso do árcade vassourense.

O lugar habitual de Mário era entre Alice e Adélia. Como porém ele a pretexto de passeio faltasse duas vezes nos últimos dias, o Lúcio e o Frederico, aproveitando-se daquela sinalefa, encartavam-se à maneira de vírgula.

Fazendo-se de desentendido o Frederico já se apoderava da cadeira reservada quando Alice observou-lhe:

— Este lugar é de Mário.

— Ah! é verdade; como estava distraído! acudiu o moço levantando-se.

— Mário!... disse Alice com uma doce exprobração no olhar.

Mário já se tinha sentado à esquerda de Adélia:

— É uma ordem? perguntou o moço gracejando.