e foi para uma saleta próxima, onde Mário a seguiu com pequeno intervalo.
Achou ele a menina sentada a uma banquinha de costura, e muito ocupada em dar os últimos pontos à camisinha de cambraia que devia naquela noite vestir o Menino Jesus de prata, ali colocado defronte dela em seu berço de filigrana fingindo vime, e coberto com um manto de cetim. Esse descuido de deixar para a última hora uma cousa que devia estar feita com antecedência, era para reparar em Alice, tão cuidadosa e diligente, se não fossem as muitas lidas dos últimos dias, mas sobretudo a ansiedade pela chegada de Mário ou o contentamento de vê-lo.
E quem sabe? não seria aquela tarefa improvisada apenas como inocente pretexto para isolar-se das outras moças, e dar ocasião a que Mário se aproximasse dela?
Desde a chegada do moço, na véspera, os dois camaradas de infância apenas se tinham falado na presença de outras pessoas, tomando parte na conversação geral. A menina sentia, talvez sem o perceber, o desejo vago de uma expansão íntima. Mário chegara; mas para ela parecia-lhe que não