— Pois não era muito difícil acertar com aquilo em que eu podia ser sua mestra. É em lembrar-me do nosso tempo de criança, das travessuras que fazíamos ambos, das manhas que inventávamos para nos livrar da lição; e das nossas brigas e zangas tão engraçadas, em que eu sempre acabava pedindo-lhe perdão, porque o senhor nunca cedia. Mau que era!

Que feiticeiro muxoxo acompanhou estas últimas palavras em tom de queixa! As pétalas de uma rosa, que abrochassem, outra vez tornando-se botão, de flor que eram, não teriam o gracioso enlace dos lábios que se apinhavam. Um muxoxo é um beijo às avessas; é um beijo que se esconde em seu ninho dentro d'alma, como um colibri arrufado que recolhe o bico, deixando ouvir um gritozinho de cólera.

— Mas olhe lá, continuou a menina; agora se agastar-se comigo, eu não hei de ser assim não, como era em criança. Hão de me pedir perdão também.

— Agora, Alice, não nos havemos de agastar como antigamente.

— Estimo bem.