Mário viu o êxtase de felicidade que imergia o lindo rosto de Alice; e sentiu-se profundamente comovido, pensando que ele era o objeto daquela prece tão pura como ardente. No meio da graciosa assunção de sua alma, remontada ao céu, a gentil menina volveu de relance ao mancebo um olhar súplice, repassado de inefável doçura.

Mesmo na prece ela sentia que estava só e separada de metade de sua alma. Mário compreendeu o que passara no pensamento da menina; e vexou-se de sua ingratidão. Por sua vez ajoelhou aos pés do altar, ao lado de Alice; e rogou a Deus pela felicidade dessa formosa menina, que derramava em torno de si um como perfume de santidade e inocência.

Entretanto choviam os elogios ao tapete e as admirações pela delicadeza do trabalho.

— Podia dar um objeto mais rico, dizia Alice erguendo-se. Não é verdade, papai?

A menina abraçou o barão, que respondeu dando-lhe um beijo na face:

— O que tu quisesses.

— Mas eu preferi este, que não lhe custou nada.